quarta-feira, 16 de julho de 2008

As Time Goes By

Tudo está perdendo o brilho do sol na cidade quente do axé. Os prédios e ruas perderam a cor. Não há azul no céu, o verde das árvores é pálido e o amarelo sol de cerrar os olhos não quer saber da gente. Tudo agora tem um único tom: cinza negro. Eu saio andando e sinto ares de uma cidade inóspita e abandonada. As pessoas nas ruas não são pessoas, são estátuas. Imóveis e de expressão fechada. O tempo frio veio e mudou os hábitos. O inverno parece ter despertado intimamente o lado obscuro, mais solitário das pessoas, uma necessidade individual de estar só. Quem teve a sorte de encontrar um par a quem muito ame, sorri, nessa hora, com a chance de aquecer os pés numa coberta. O outro, amado, se torna o mesmo que eu. Passa a não ser apenas uma companhia. Mas, insiste numa comida e num filme diferente... Não parece que o tempo está propício a arriscar conhecer alguém, nem, tampouco, procurar fazer escolhas nessa área. Os melancólicos sempre sairão à noite oferecendo a chance de mudar a sua vida. Se você, porém, duvida, como eu, é por que tem pouca fé nas pessoas. E também por que não desperdiça suas investidas. Logo, procura descobrir o prazer de contemplar você mesmo, suas próprias idéias e as merdas que você vêm fazendo parecer certas. Estar sozinho não é estar fodido. Essa é uma maldita idéia comercial de quem quer vender em cima de sua solidão. Quem se sente sozinho quando está só, é por que não está em boa companhia. E o remédio para esse problema pode ser pedir que um bourbon venha à socorro. Nada como ter a chance de vomitar no seu tapete e testar sua qualidade! Pense em vinho se estiver com a mulher certa. Está é uma combinação sagrada, não cabe a você profanar certas tradições. O cinza vai sumir em algum momento, mas o inverno ainda vai continuar. Por um tempo...

terça-feira, 8 de julho de 2008

Miséria pouca é bobagem...

Pessoas. Pessoas inteligentes falam sobre idéias, pessoas comum falam sobre coisas, pessoas medíocres falam sobre pessoas. Eu vou falar sobre pessoas. Primeiro, por que, bem... Existe isso em mim. Mediocridade. Menos do que existe em quase todo mundo, eu penso ser verdade... Não há dúvida para mim é de que não há muita escolha. São, simplesmente, dois lados. Toda essa correria de pessoas tentando conseguir cumprir as promessas e os sonhos feitos na infância, ou estas que vivem na mesmice noturna e mantém uma resignação para o que não tem muita solução. Neste último caso, provoca um desconforto só de olhar o falso bem-estar dos outros. Achamos que os tolos são eles, mas o conformismo está é na gente. É a nossa parte de mediocridade! Não dá para mudar as regras. Odeie o jogador, não culpe o jogo! Eis aqui a questão que não vai calar: quem é que vale o meu esforço? Essa pergunta não te passou pela cabeça ao menos uma vez quando você saiu? Na minha passou umas mil. Não passa mais... Agora eu só constato o problema nos outros. De quem ainda se arrisca, procurando no esforço de um estranho, que mostra para você o que acha que quer ver, uma sombra de novidade. Não acontece... Por que a ordem da vida é piorar suas chances. Você se cansa, você desanima, você envelhece! Não é bem irônico que quando você consiga umas poucas pessoas que valem à pena compartilhar momentos com você, a vida faça uma troca filha-da-mãe, te deixando um bando de gente deprimente e levando quase todos seus amigos embora. A vida é uma droga... Você dá duro nesse trabalho e ela vêm e bagunça tudo. Eu não trocaria minhas três últimas ex-namoradas por todos os mergulhos nesse mar de xoxotas nas ruas toda noite. A verdade é que você praticamente achou todo mundo que era importante. O duro é aceitar que acabou mesmo. Amigos como os que temos nós queremos uma dúzia. Mas a vida não é uma porra de lanchonete de shopping em que você escolhe onde quer comer. O melhor do cardápio você já pediu. Se não quiser enjoar com a mesma coisa, é melhor cair de boca naquele prato que você fez olho-torto da primeira vez. É melhor aprender a gostar do pouco e torná-lo especial. O amor é um maldito veneno: prove uma vez, que ele não pára de te matar durante toda à vida. E eu amo todas as pessoas que marcaram ela. Apesar do estrago grande. Bem, eu estou me formando em breve, e nem todas elas estarão aqui comigo. Alguns irão vir, outros não. Alguns estão longe, outros virão de longe! Eu também vou comemorar com um bando de gente sem a mesma importância dos meus amigos. Mas, a festa não seria a mesma sem elas. Tudo me parece mais completo assim. A vida torna às pessoas medíocres, por que nada pode ser perfeito, como a gente queria. Estar bastante tempo com os meus amigos, foi a melhor época da minha vida. Depois do que vi, eu ficaria mais tempo namorando com as minhas ex-namoradas. Se alguém tivesse me dito... Erros foram cometidos. Corações foram partidos. Lições difíceis aprendidas. A minha vida, a sua vida. A vida tem o mesmo efeito nocivo para as pessoas inteligentes, as comuns e também as medíocres. Não importa sobre o que elas falem.