domingo, 27 de setembro de 2009

A Psicoterapia na TV


Deu no site do CRP 01:

"Psicoterapia na TV

As representações da ficção, podem desencorajar pacientes

Um estudo conduzido por pesquisadores da Iowa State University, revelou que as representações televisivas de atendimentos psicológicos podem criar nos telespectadores idéias equivocadas de como se processa, na prática, a psicoterapia. Consequentemente, isso pode criar uma resistência naqueles que precisam desse tipo de ajuda.

Os pesquisadores descobriram que, ao verem personagens de televisão passarem pelo tratamento, as pessoas saíram com percepções negativas da terapia pela palavra. O estigma é, na maior parte das vezes, resultado da forma esterotipada como pacientes e terapeutas são mostrados pela TV, de acordo com os pesquisadores.

Fonte: Mente e Cérebro"


Não é nem preciso um analista com anos de experiência na clínica. Um bom estudante da área é capaz de formular questões importantes a respeito desse assunto. E em verdade, elas existem aos montes quando tratamos este tema. No meu modo de ver, muitas pessoas deixam de ver que existem também aspectos positivos sobre a pisocterapia apresentada na tv. Não, não é que elas não possam constatar, como eu, que existem acertos. Muitas vezes até, estas pessoas reconhecem os mesmos tais acertos quando os encontram. Mas, invariavelmente, terminam por cair em avaliações econômicas, numa relação de custo/benefício, da mensagem sobre psicoterapia que é transmitida para a sociedade pela tv. E isso é ruim? Não sei... Talvez não. É importante esta preocupação sobre o que está em jogo nesses casos. Mas, poucas vezes encontro alguém que conte sua própria impressão, para além de ocupar um lugar de especialista numa análise crítica. É por isso que escrevo aqui este post. Para além do que exista de certo ou errado em: Head Case, InTreatment, Web Therapy. The Sopranos e etc, vou contar minha impressão num desses exemplos. Foi sobre o primeiro episódio da nova temporada de House.

Primeiramente, tenho que dizer que minha impressão foi boa. E não foi exatamente sobre o episódio. Como disse anteriormente, não estou aqui avaliando criticamente as implicações sobre psicoterapia na tv. Nem, tampouco, de qualquer outro lugar que possa ser feito por um especialista. Foi boa, por que reconheci na tv aquilo que é particular e que reverbera em mim. Vi a tentativa de apresentar uma possibilidade de transformação, ora imposta, ora, em certo momento, desejada pelo personagem. Vi o médico (psicoterapeuta) tendo um papel fundamental nesse ponto. E vi também os efeitos derivados dela. São essas possibilidades que ocorrem nessa relação, que não necessariamente são compreensíveis para o sentido que o paciente sempre tenta encontrar, mas que ocorrem, e levam o sujeito a falar de seus conflitos. Levou tempo - e quem acompanha sabe o quanto - mas, o House enfrentou uma parte deles nesse episódio. Foi só mais uma mentirinha que foi (bem) feita e contada na tv, ainda que eu tenha encontrado uma razão para admirar - e vir aqui postar - o que, infelizmente, para os outros é somente motivo de polêmica.

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